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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Girls



“I wish I had a father
I wish I had a loving man in my life
Instead I´m just crazy, I´m totally mad
And maybe if a really tried with all of my heart, than I could make a brand new start in love with you…"

Parece deprê, mas é totalmente radiante! Girls é uma banda que eu conheci por causa de uma crítica de jornal. Enchi o saco do meu namorado pra baixar na net, já que eu não achava de jeito nenhum e ele passa hooooras em frente ao computador. Resultado: nós dois gostamos muito!

Eu só conhecia essa música aí do vídeo, Lust for Life (que tem o mesmo nome daquela do Iggy Pop), mas agora o cd todo não para de tocar no meu ipod, quando estou no carro. E passo muito tempo dirigindo. Quem não passa, em Brasília?

Essa é a música mais feliz, apesar da letra. O videoclipe também é muito legal. Eles têm outras um pouco sombrias, melancólicas e até uma ou outra mais ensolarada também. Tudo despretensiosamente uma beleza. A banda é formada só por dois caras: Christopher Owens e Chet JR White. Owens é o compositor e White produz.

O melhor é que virão ao Brasil mês que vem, em junho! Eles vão participar do festival Popload Gig 3, nos dias 10, 11 e 12 de junho, em são Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, respectivamente.

Eu não vou poder ir, porque meu filhote vai nascer nessa época. Ainda bem que é um ótimo motivo pra faltar, ao contrário, seria triste perder.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A Viagem do Elefante



Tenho um amigo que fica me repetindo, e cantando, um verso de música do Little Joy. “Saiba, o caminho é o fim mais que chegar”. The next time around (esse é o nome da tal música) só tem um pedacinho em português, cantado pela moça da banda, uma anglófona. Acho que meu amigo acha charmoso ela cantar com sotaque. E a idéia do versinho é mesmo boa e tem a ver com o último livro que li.

Também o caminho é que importa na história contada em A Viagem do Elefante. Foi lendo o mais recente livro de José Saramago que comecei a cumprir a primeira (e única) promessa que fiz aqui no blog. No post inicial, revelei como primeiro me encantei com a obra do português e me comprometi a escarafunchar o que ele tinha pra contar. Comecei pelo fim: seu último livro publicado.

Uma leitura que daria pra terminar nuns dois dias. São mais ou menos duzentas páginas em letras grandes. Eu levei quase um mês. Só lia quando estava em viagem pra entrar no clima (uma maluquice que tenho de combinar as experiências da vida concreta e de outra, imaginada). Outro motivo: no fim das contas, não queria me despedir do Salomão.

Ele não é a personagem principal, não fala nadinha na história inteira, mas foi com ele que muitas vezes me identifiquei. Salomão é o elefante. Nascido na Índia, tornou-se propriedade do rei português D. João III e virou presente deste para o primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V. A viagem é o longo caminho, durante o século XVI, que o elefante faz de Lisboa a Viena. Uma caminhada que aconteceu de verdade naquela época, mesclada com passagens inventadas, ironia, sarcasmo e humor de Saramago.

No trajeto, estradas e situações pedregosas, frio, gente com toda a sorte de características humanas comuns há tantos séculos quanto hoje, além do futuro incerto de Salomão e seu tratador, Subhro (a personagem principal). Saramago destrincha com perfeição as emoções de um e de outro, as vontades, as mesquinharias, os momentos de lucidez e de sonho, de companheirismo e generosidade. Salomão não precisa dizer, mas sabemos o que ele sente, o que pensa.

O narrador, onisciente, vai até a história e se distancia dela em movimentos perfeitamente envolventes para o leitor. Acompanhar a caravana que leva Salomão por despenhadeiros em meio ao gelo cortante e saber as opiniões do narrador sobre cinema (que sequer tinha sido inventado), sobre um filme feito centenas de anos depois da história contada, acerca de um episódio passado antes da travessia de Salomão, não guarda incoerências.

Ou conhecer a opinião do narrador, que, em muitas passagens, diz achar a escrita incapaz de relatar com precisão fatos que devem ser completados com a imaginação do leitor, ou com a invenção de quem conta a história. As impressões do narrador, que hora parecem vir da cabeça do cuidador do elefante ou de alguma personagem coadjuvante, só tornam essa viagem cada vez mais insólita e, de novo, envolvente.

É o caminho, muito mais que o destino, que interessa. Fico me perguntando por que rumos andou Salomão depois de chegar em Áustria.

Livro: SARAMAGO, José. Viagem do elefante (a). Sao paulo: Companhia das Letras, 2008. 260 p.
Compre o livro

Dá uma olhada na música do Little Joy:


Lyrics | Little Joy lyrics - The Next Time Around lyrics

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Spend your time on me



No apagar das velinhas do ano velho, 2008 teve tempo de me reservar uma deliciosa descoberta. Já tinha ouvido em algum lugar sem dar a mínima bola, mas quando prestei atenção, meus ouvidos não quiseram parar de ouvir Duffy. A moça - só tem 24 anos - ficou conhecida com o single Mercy, que viciou olhos e ouvidos outros mundo afora e colocou a cantora do País de Gales nos topos das paradas em vários países.

Dizem que a fama toda de Duffy tem a ver com o bom momento do mercado soul-pop-retrô, em que a esquelética-junk Amy Winehouse é a representante mais famosa. Pode ser mesmo que o estilo das duas tenha a ver: voz forte, aveludada, às vezes suave, e, definitivamente, retrô. Mas a comparação entre elas não foi a primeira impressão que me veio à cabeça ao ouvir a galesa.

Culpado pela minha descoberta, o youtube me mostrou imagem e música, e eu vi figurino à la Jackie Kennedy, loirice e bocão de Marilyn Monroe e voz de Duffy mesmo. O resultado que me chegou foi uma mistura de referências femeninas batidas e ainda traços bem originais. Gostei.

Rockeferry é a canção que dá nome ao álbum de estréia e de cara dá a impressão de que esse é um disco melancólico, em que soul e pop bem casados embalam confissões de fossa como essa aqui: “I’m moving to Rockferry tomorrow / And i’ll build my house, baby, with Sorrow”.

É isso mesmo e ainda mais. O hit Mercy é pra cair na pista, mesmo que o tema ainda seja um coração partido. Duffy vai fundo nos desencontros. A minha música preferida é Syrup and Honey. Beeem retrô, parece um blues de diva consagrada na voz anasalada de Duffy. Dá uma olhada na primeira parte:

Don't you be wasting all your money
On syrup and honey
Because I'm sweet enough
Don't you be using every minute
On making a living
Because we've got our love
Listen to me, 1, 2, 3...
Baby, baby, baby spend your time on me...

Mais sobre Duffy

Nascida em Nefyn, no País de Gales, em 23 de junho de 1984, Aimee Anne Duffy prefere ser chamada pelo sobrenome para evitar comparações com a turbulenta cantora inglesa. Não evitou. O álbum de estréia, Rockeferry, lançado em março de 2008 não é bem um debut, já que reúne os singles lançados antes. O trabalho ganhou edição DELUXE em novembro do ano passado, com mais sete canções de bônus. De novo, algumas delas já eram conhecidas como singles. Pra ouvir tudo que a moça decidiu gravar é só baixar/comprar essa edição.

Site oficial
Duffy no myspace
Pra ouvir de graça, entre na lastfm

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Tributo à Nina

Aquela voz de manhã e eu já não preciso de muito. O som aveludado, firme, voz de mulher que canta. Quando ela chega lá em casa existe uma certa deferência, um respeito. Acendo incenso, coloco as coisas no lugar. Agora sim, Nina... pode entrar. Escuto sem cantar junto. É que as músicas, depois de cantadas por ela, já não querem pousar em um lábio qualquer. Escuto calada enquanto ela debruça sua voz negra ambiente adentro.
Nascida em 23 de fevereiro de 1933, Nina Simone é considerada um ícone do jazz mundial. Na verdade seu estilo é tão misto que nem sei se é certo chamar de jazz. Não bastasse a performance dramática e voz indefinível, a moça também emprestou sua fama a causas nobres como a luta contra o racismo. Sua personalidade cáustica cativou os mais exigentes públicos em todo o mundo. Morreu em 2003, dois anos antes de nos conhecermos.
Uma vez me disseram que o céu é exatamente como imaginamos que será. Mas depende do que imaginamos, entende? pode ser um apanhado de nuvens com anjinhos ou um jardim com flores ou qualquer coisa que se queira. Desde que soube disso, imagino vários paraísos possíveis. Um dos meus preferidos é uma salinha pequena, com amigos íntimos. No canto tem um piano. É Nina quem toca, rindo escancarada e soltando verdades como quem solta bolhas de sabão.