sábado, 2 de julho de 2011

Como fui me apaixonar?

Momento de massagem matinal.



- Crio até lagarta, mas gato não. Era o que costumava dizer.
- Sou do tipo abobalhada, me identifico mais com os cachorros. Era a sequência da primeira frase.
Descobri que ambas as premissas estavam erradas. Sim, eu me identifico com gatos e não, não sou do tipo abobalhada (ao menos não totalmente). Há cinco anos, crio duas gatas.
Existe nos felinos uma altivez fascinante. Vivo a me perguntar quem é dono de quem nessa relação. Os gatos imprimem respeito, não imploram carinho, não precisam de nós.

Assim que as gatas chegaram até mim, tive pena. Tão pequenas, tão abandonadas, tão frágeis. - Não, não e não!!! Gritaram as bichanas em coro. Piedade nunca!!! - arremataram, fazendo-me lembrar do parentesco óbvio com o rei da selva.

Ao menos para mim, o amor e a admiração são indissociáveis. Admiro minhas gatas. Admiro a independência, a inteligência, a agilidade, mas principalmente a petulância. Isso de não me olhar de baixo para cima, de não suplicar pelo meu amor.

Na convivência diária com estes seres misteriosos, descobri que auto-estima é o melhor afrodisíaco que existe. Minha gata mais arisca acaba de soltar uma de suas pérolas.
- Ainda que você seja uma gata vira-lata, maltratada e faminta, olhe para o mundo com a cara de tédio que ele merece.