segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Meta para 2011

Ano começa e a gente faz planos. Os mesmos de sempre. Ou totalmente diferentes. E vamos nos esquecendo deles ao longo dos 12 meses até a hora de traçar novas velhas promessas.

Nesta passagem de ano, me peguei pensando no quanto a gente costuma tratar bem as pessoas que não conhece direito. Faz cerimônia, não solta pum, arroto nem pensar. Pede licença, desculpas e o que mais achar que vale a pena para bem tratar.

Mas com o amigo de infância, a mãe, o marido, a vizinha de muito tempo, a gente abre logo a geladeira, põe o pé na mesa e confunde intimidade com desleixo. E o desleixo vira malcriação, falta de paciência, desenrola em carinho só de vez em quando e acaba com aqueles casais que nem se olham na hora do jantar, filhos que não suportam seus pais, pais que evitam seus filhos.

Nesse ponto, as pessoas mais íntimas se tornam as mais distantes e não reconhecem mais o sofrimento e a dor de quem está logo ao lado. Aí, o marido se emociona com a notícia de jornal sobre uma família vítima de enchente, a mulher chora ao ver um menino de rua, mas ambos perdem a capacidade de ter compaixão um pelo outro e se sentem sozinhos, ainda que acompanhados. Você também já ouviu essa história?

Pois é. Pensando nisso, fiz uma nova promessa de ano novo. Deixar de lado a velha meta de ser uma pessoa melhor. Isso mesmo. Uma pessoa boa para o mundo, para os mais pobres, para a gente miserável que passa na tevê e para a minha consciência.

Então, no lugar de doar R$ 20,00 para a moça da creche sei lá o que, que me liga insistentemente, ou transferir uma grana para os desabrigados do Haiti, eu prometo ser generosa com quem estiver bem pertinho. Com meu companheiro de cama e dia a dia, que eu vejo de cabelo desarrumado, que não enxuga a louça mesmo que eu peça mil vezes, que odeia que eu roa as unhas. Prometo ver o que ele tem de melhor e ouvir tudo o que ele não vai me dizer. Prometo tratar com mais paciência a minha irmã que liga de longe e despeja todos os problemas dela em mim. Prometo me lembrar de que ela não tem outra pessoa com quem reclamar. Prometo ligar pra minha avó todo domingo e contar como anda a vida, mesmo que nada de novo tenha acontecido, e mandar postais para aquela tia que sempre pergunta de mim e pra quem eu nunca tenho tempo de enviar notícias.

Prometo ser menos severa com os erros de sempre do meu pai e juntar dinheiro para viajar 30 horas e visitar minha mãe; levantar uma grana para pagar aquela viagem para Araxá que minha tia-avó nunca fez e abrir uma vaquinha para socorrer um tio mal aventurado. Prometo fazer um calendário com as datas de aniversários dos amigos mais queridos e ligar para cada um deles, mesmo que seja de madrugada aqui do outro lado do mundo, ao invés de mandar uma mensagem pelo facebook. Prometo pagar minha promessa um pouquinho a cada novo dia desse novo ano.

Porque, por mais que repitam por aí, é preciso lembrar cotidianamente que a vida não espera ninguém pra acontecer e o que se leva daqui é o que se aprende, o que se ensina, o que se sente.

3 comentários:

Letícia disse...

Faço das suas palavras as minhas também e que mais pessoas sigam o exemplo. Afinal, "amai ao próximo como a ti mesmo" foi um dos únicos mandamentos deixados por Jesus Cristo.

Ana Guimarães disse...

Olha Marie... está registrado. se esquecer meu aniversário ficará feio, heim?

Fabiana Gomes de Carvalho disse...

Anota aí, 61 92050075. 4 de abril! HAHA Fora isso, que NÃO é uma brincadeira, assino embaixo nas mudanças, resguardadas as diferenças! Bju!