Pois a dor destrói o louco, e a inveja mata o tolo. Jó 5:2
Chico Science foi uma morte precoce das mais dolorosas. Lembro de ter ficado uns dois minutos sem ação, olhando para o nada. Tava aqui pensando nele. Em uma frase que meu amigo Yusseff diz sempre. O Yusseff é um aloprado que largou tudo em Manaus e veio para Meca, vulgo Brasília. A frase é a seguinte: “Recife é um balaio de caranguejos”. Em princípio não entendi, mas o Yusseff explicou. É que quando os caranguejos estão presos no balaio e um deles tenta escapar, os outros o puxam para baixo. Assim, todos ficam na mesma merda.
Hoje tenho a sensação de que estou no balaio de caranguejos. Ando contente. Simples assim. Contente, feliz. O que já apareceu de caranguejo me puxando de volta para o balaio não está no gibi. Culpar a inveja, embora seja fácil, sempre me parece complicado. Parece prepotente e, no fundo, até meio besta. Enfim... zapeando por aí encontrei um texto excelente sobre o diálogo existente entre as músicas do Chico Science e Josué de Castro, intelectual recifense que “mapeou o drama da fome no Brasil”, segundo sua página oficial. Segue o trecho, encontrado no blog Morada Boa e, lógico, a música para vocês curtirem. E, como diria Zé Simão, hoje só amanhã que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Hoje tenho a sensação de que estou no balaio de caranguejos. Ando contente. Simples assim. Contente, feliz. O que já apareceu de caranguejo me puxando de volta para o balaio não está no gibi. Culpar a inveja, embora seja fácil, sempre me parece complicado. Parece prepotente e, no fundo, até meio besta. Enfim... zapeando por aí encontrei um texto excelente sobre o diálogo existente entre as músicas do Chico Science e Josué de Castro, intelectual recifense que “mapeou o drama da fome no Brasil”, segundo sua página oficial. Segue o trecho, encontrado no blog Morada Boa e, lógico, a música para vocês curtirem. E, como diria Zé Simão, hoje só amanhã que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Josué de Castro chama de “ciclo do caranguejo”, ou ainda “ciclo da fome”:
“São duzentos mil indivíduos, duzentos mil cidadãos feitos de carne de caranguejos. O que o organismo rejeita volta como detrito para a lama do mangue para virar caranguejo outra vez.Nesta aparente placidez do charco desenrola-se, trágico e silencioso, o ciclo do caranguejo. O ciclo da fome devorando os homens e os caranguejos, todos atolados na lama.” (CASTRO, 2007: 27)
“São duzentos mil indivíduos, duzentos mil cidadãos feitos de carne de caranguejos. O que o organismo rejeita volta como detrito para a lama do mangue para virar caranguejo outra vez.Nesta aparente placidez do charco desenrola-se, trágico e silencioso, o ciclo do caranguejo. O ciclo da fome devorando os homens e os caranguejos, todos atolados na lama.” (CASTRO, 2007: 27)