terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Tenho mesmo que festejar?



Sempre fingi gostar das festas de fim de ano, mas a verdade é que acho um saco. O saldo é o seguinte: dois ou três quilos a mais, uma conta enorme no cartão de crédito, mil sorrisos amarelos nas festas de confraternização e aquelas mesmas cinco músicas de natal tocadas à exaustão em elevadores, lojas, rádios, comerciais de TV e etc. Deve haver alguma alternativa para Jingle Bells e Noite Feliz... mas o pior nem é isso. O pior é aquela conta que apresentamos a nós mesmos a cada fim de ano. Vira lá o seu alterego e pergunta, em meio a baforadas de cachimbo na tua cara: - “Então? Cresceste? Se sente hoje mais bem sucedido do que há um ano? Acredita mesmo que a tua presença neste planeta faz alguma diferença?” A cada pergunta, encho o copo de vinho e dou mais uma colherada naquele pavê de mil calorias. Ah, e ainda tem os fogos... vá entender a graça de jogar pólvora pra cima e assustar cães e gatos. Barulheira terrível e a um custo altíssimo. Mas, pra quem gosta de pular onda, jogar flores para Iemanjá, comer caroço de romã e lentilha, fica aqui o meu desejo de Feliz 2011. Peguei um trechinho de Drummond que achei bacana. Divirtam-se!

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pradiante vai ser diferente" Carlos Drummond de Andrade

10 comentários:

Fabiana Gomes de Carvalho disse...

Muito boa a poesia do Drummond. É isso aí Aninha... E como diria a querida Mafalda de Quino, sinceramente, não ando esperando que o ano seguinte seja melhor, mas que as pessoas sejam melhores... Inclusive, nós mesmas! Bju! Biba

Clarinha disse...

Dá uma olhada no texto do Contado Calligaris:http://contardocalligaris.blogspot.com/
Até que enfim vc volta à vida dos blogs!

Clarinha disse...

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Até que enfim vc volta à vida dos blogs!

Ana Guimarães disse...

Eu Li, Marie! Bacana o texto, mas continuo sem paciência para as festas! E não me venha dizer que estou frustrada, heim? ainda acredito que o senso crítico pode sobreviver ao natal.

Emle Graciano disse...

Ana, eu também acho as festanças de fim de ano realmente o fim. Mas tento (como quase tudo na vida, até na hora de ver pilhas) encontrar lados positivos que me permitam não abafar meu senso crítico mas não deixá-lo suprimir minha alegria de ser. Eis que, para mim ao menos, o fim de ano aproxima pessoas queridas. E eu não estou falando daquelas pessoinhas que a gente tolera e sorri amarelo não. Estou falando daquelas pessoas que te conheceram em momentos outros, quando a gente era só criança ou só adolescente e era alguém com uma beleza interior menos corrompida, se é que me entende...rs Então, sem o peso das comparações, fica o gostinho do reencontro, do reabrir o livro naquela página de parou no tempo. Isso eu gosto. E isso as festas de fim de ano "facilitam" que aconteçam.

Fabiana Gomes de Carvalho disse...

Clichê ou não, como TUDO na vida, seus lados positivos e negativos existirão sempre! E que, mesmo "apesar de..." sejamos capazes de fazer do limão uma bela limonada! FELIZ 2011 pra gente! : )

Clarinha disse...

Dá uma olhada no texto do Contado Calligaris:http://contardocalligaris.blogspot.com/
Até que enfim vc volta à vida dos blogs!

Ana Guimarães disse...

Ok, eu me rendo...comprei um vestido branco. Provavelmente cruzarei os dedos na virada e ficarei em cima do pé direito. É aquela história... não creio nas bruxas, mas...

Clarinha disse...

Pq diabos meu comentário saiu 3 vezes?
De qualquer maneira, Aninha, vc acha mesmo que eu, logo eu, iria criticar seu lado crítico? Heheheh...

Ana Guimarães disse...

KKKKK! É, Marie... com certeza vc não me criticaria por isso!