Um dia desses, me vi em maus lençóis. Fui para uma pauta e levei o material nosso de cada dia: bloquinho, caneta e gravador. Claro, afinal, pra cobrir um assunto que você não entende nada, nada melhor do que não perder nenhuma vírgula do que a fonte fala! Beleza.
Acabada a reunião, já era mais de meio-dia, então deixei para escrever a matéria depois que voltasse do almoço. Tranquei na minha gaveta as preciosas falas escritas no bloco e gravadas no aparelhinho digital. "Vai ser fácil, anotei umas frases muito boas", pensei. E fui almoçar em casa.
(Pausa dramática)
Nunca, mas nunca mesmo, deixe todas suas chaves num mesmo molho. Sim, porque se você perder uma, perde todas. Se esquecer uma, esquece todas.
Voltando ao trabalho, depois do almoço em casa, fui abrir a gaveta com meu material para fazer a matéria e... cadê a chave? Revirei minha enorme bolsa prata, tirei tudo de dentro: óculos, agenda... ops, esqueci que não se revela o que há em uma bolsa de mulher. Enfim. Tudo. Tudo e nada. Tudo revirado e nada da chave da gaveta. Como vou fazer a matéria, sem minhas preciosas anotações? Voltar pra casa era praticamente impossível. A matéria tinha que sair logo (afinal, eu já tinha perdido um tantinho de tempo indo almoçar fora do trabalho).
Não me restou outra saída a não ser recorrer ao google interior. Sim, porque, não preciso repetir que nos tempos atuais, com toda a tecnologia a nosso dispor, nós jornalistas nos acostumamos a gravar, digitar e digitalizar, procurar informações na rede. Tudo é muito mais fácil. Eu, pelo menos, já comecei na carreira dispondo das novas tecnologias e me acostumei com elas, claro.
Só que, naquele momento, as tecnologias estavam trancadas na gaveta ao meu lado. Que aflição. Como disse, recorri ao google interior: minha própria cachola. Fechei os olhos e tentei lembrar de tudo o que foi dito na reunião. Cliquei em alguns neurônios, percorri os links das minhas sinapses, abri algumas páginas mentais. Devagar, os dedos foram percorrendo o teclado do computador. Depois, mais rápidos. E mais. "Putz, lembrei de uma fala ótima". E outra. E outra. Finalmente, consegui terminar a matéria. Não é que ficou boa?
Não é que esse tal de google interior funciona mesmo?
Um certo professor de matemática dizia que não dá pra comparar laranjas e bananas. A imagem é ótima. Não dá pra comparar país rico com pobre, gente que estudou a vida inteira e gente que só começou agora, roupa de festa com pijama. E a imagem tem a ver com o tanto de coisa que temos pra contar, tudo ao mesmo tempo: dicas de livros, filmes, músicas, impressões da vida, rotina de trabalho, contos, poesias e qualquer coisa incomparável ou não. Um monte de bananas e laranjas.
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5 comentários:
O google interior é ótimo. Outra técnica supimpa é desligar o monitor do pc e mandar bala no teclado. Assim não paramos para corrigir errinhos de digitação ou para reler... eu adoro. Experimentem!
Meu google interior Tá mais pra altavista intgerior ... ele é mais fragmentado que prato duralex pós-chão. Maldita hiperatgividade e falta de atenção
kkkkkkkkkk... só você mesmo para deixar a sua "matéria" dentro de uma gaveta!!
muito legal o seu texto!!
xD
Doreiii!
Google interior é a melhor.
Nosso cérebro é um site de busca importantissimo.
O blog tá lindo!
Parabés a todas!
bjooo
amei o blog!!! boas coisas virão... sejma elas bananas ou laranjas!
bjao
ana lucia, Adorart street
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