sábado, 2 de julho de 2011

Como fui me apaixonar?

Momento de massagem matinal.



- Crio até lagarta, mas gato não. Era o que costumava dizer.
- Sou do tipo abobalhada, me identifico mais com os cachorros. Era a sequência da primeira frase.
Descobri que ambas as premissas estavam erradas. Sim, eu me identifico com gatos e não, não sou do tipo abobalhada (ao menos não totalmente). Há cinco anos, crio duas gatas.
Existe nos felinos uma altivez fascinante. Vivo a me perguntar quem é dono de quem nessa relação. Os gatos imprimem respeito, não imploram carinho, não precisam de nós.

Assim que as gatas chegaram até mim, tive pena. Tão pequenas, tão abandonadas, tão frágeis. - Não, não e não!!! Gritaram as bichanas em coro. Piedade nunca!!! - arremataram, fazendo-me lembrar do parentesco óbvio com o rei da selva.

Ao menos para mim, o amor e a admiração são indissociáveis. Admiro minhas gatas. Admiro a independência, a inteligência, a agilidade, mas principalmente a petulância. Isso de não me olhar de baixo para cima, de não suplicar pelo meu amor.

Na convivência diária com estes seres misteriosos, descobri que auto-estima é o melhor afrodisíaco que existe. Minha gata mais arisca acaba de soltar uma de suas pérolas.
- Ainda que você seja uma gata vira-lata, maltratada e faminta, olhe para o mundo com a cara de tédio que ele merece.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fica quietinha pra gente gostar de você!!

A duras penas, me rebelo. Não por achar digno, nem por vontade de mudar o mundo. Rebelo-me por não saber fazer diferente. Invejo profundamente os que sabem calar, os discretos. A mim, entretanto, essa angústia amarga a subir pela garganta feito vômito em final de festa. É necessário colocar para fora, apesar do mal-estar, dos resíduos, da superexposição, do incômodo, enfim. Barthes diz que a linguagem é fascista, já que obriga a dizer. Pela necessidade de reconhecimento, diz ele, a linguagem se repete e cria os estereótipos. O sujeito, dentro desse raciocínio, é ao mesmo tempo mestre e escravo. Que diria Barthes, penso narcisicamente, se conhece uma pessoa que, além de estar sujeita à linguagem, sente intrinsecamente a obrigatoriedade de falar?
Toda essa reflexão é porque o amigo Danilo Almeida me mandou um link de um texto teoricamente bom. Qual não foi minha surpresa ao me deparar com pérolas machistas, jogadas a esmo, camufladas sob um texto bem escrito e cheio de referências alegres? Seguem alguns trechos que julguei chocantes.

“Atualmente, a relação da mulher com as coisas, retratada pelos veículos de comunicação, está no ápice de uma escalada da abstração. Se em determinado momento a relação era com o gigantismo do lar, depois passou a ser uma relação de amor e, logo em seguida, um ligeiro encontro com si mesma. Agora, a moda é uma relação que não é sexual, mas quase sem o sentido do toque apenas possibilitado pela intimidade. Chegou o momento de uma relação genital.
Percebo as jovens se encantando com os textos fáceis, ligeiros, quase que poéticos sobre relações, por vezes promíscuas – não quero parecer conservador – retratadas em blogs de mulheres que atingiram um bom nível de reflexão de suas experiências, mas se esquecem do fator individualidade.
É fundamental termos responsabilidade com o que colocamos na rede mundial de computadores”.

Enfim... fui lá e respondi ao autor, p da vida. Único comentário que criticou o texto até então. Adivinha quem pagou de reacionária, rebelde sem causa? Disseram até que eu “não li direito”. Eu não li?? Eu?? Reli três vezes, incrédula. Precisando sinceramente de um abraço nesse momento.

PS: Quem quiser conferir o texto completo a que me refiro, acesse. http://rodrigopael.blogspot.com/2011/06/das-revistas-femininas-aos-blogs.html#comments

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Essa semana aprendi que:

É essencial fechar as gestalts;
Existem fêmeas-alfa;
Nem tudo que é, parece;
A Lady Murphy existe (e é feia);
Focinho de porco não é tomada;

E por último:

Se o mundo acabasse amanhã e eu tivesse a oportunidade de fazer uma única pergunta para desvendar os segredos do universo, essa seria: Cachorro?!

Sem mais, porque hoje ainda é quarta-feira.