Um olhar. Uma brisa. Um sorriso.
Um pingo de chuva. Um raio de sol. Uma pequena nuvem.
Um risco. Um rabisco. Asterisco?
Aquele. O outro. Esse mesmo.
A vida. O amor. A gratidão.
Deus.
Somente. Sem mais. Tudo junto.
Pular o muro. Fugir na kombi. Mas não assaltar o caixa.
Dançar.
Dançar muito.
E esquecer. E lembrar. E fingir que não aconteceu.
E acreditar que aconteceu, mesmo não tendo acontecido.
Ou sim.
Respirar. E viver, viver muito. Ou viver pouco, mas bem.
Uma laranja. Uma banana. Ou nada disso.
A borboleta. O medo. Uma superação.
Foi-se. Vai-se. E volta.
A poesia.
A não-poesia.
Um olhar perdido. E um sorriso qualquer.
Simples assim. Ou difícil. Daquele jeito.
Um certo professor de matemática dizia que não dá pra comparar laranjas e bananas. A imagem é ótima. Não dá pra comparar país rico com pobre, gente que estudou a vida inteira e gente que só começou agora, roupa de festa com pijama. E a imagem tem a ver com o tanto de coisa que temos pra contar, tudo ao mesmo tempo: dicas de livros, filmes, músicas, impressões da vida, rotina de trabalho, contos, poesias e qualquer coisa incomparável ou não. Um monte de bananas e laranjas.