Um certo professor de matemática dizia que não dá pra comparar laranjas e bananas. A imagem é ótima. Não dá pra comparar país rico com pobre, gente que estudou a vida inteira e gente que só começou agora, roupa de festa com pijama. E a imagem tem a ver com o tanto de coisa que temos pra contar, tudo ao mesmo tempo: dicas de livros, filmes, músicas, impressões da vida, rotina de trabalho, contos, poesias e qualquer coisa incomparável ou não. Um monte de bananas e laranjas.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Tenho medo!
Não entendo isso de exaltar a coragem e rechaçar o medo. Na minha experiência, a coragem muitas vezes foi temerária e o medo acabou se revelando prudente. É que o medo traz essa pecha de covardia, de despreparo, de insegurança. Bacana mesmo é ser seguro, firme, assertivo. Quanta bobagem.
Hoje, quando me pego com medo – e tenho sentido muito medo – respeito. Busco entender a motivação, penso, reflito enfim. Hoje sinto mais medo por que já fui de sentir muita coragem. De dar a cara à tapa, assumir a responsabilidade, aceitar desafios. Em algumas ocasiões deu certo, mas em outras foi desastroso.
Não é crise de arrependimento não, heim? que fique claro. É que essa ode à coragem me aborrece. Isso e essa nova onda de cupcakes. Que me desculpem os fãs, mas aqueles bolinhos são ridículos. Arrumadinhos, coloridos, cheios de chantilly e... pífios, carentes de sabor, pouco substanciosos e ruins como os ataques de coragem.
Ando com medo, cheia de novidades. Emprego novo, rotina nova, novos planos e outras cositas. Sou taurina, com quatro casas em touro. As mudanças me causam desconforto, portanto. Sinto-me hoje mais preparada para os desafios e ainda assim mais temerosa do que há seis ou oito anos. Ponho a culpa na experiência ou nas decepções? prefiro acreditar que existe espaço para o medo, para a insegurança. Mas é preciso coragem para senti-los.
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